Nada de novo no front

É amigo, essa rotina me tira tempo, e o tempo não volta mais. Tem sido serviço/faculdade e nada mais. Ando meio de saco cheio.

Na real faz anos que eu ando de saco cheio, não vejo no horizonte algo com o qual dar um sentido que eu realmente gostaria para a minha vida. Ela é estável, sem surpresas, mas o tempo vai assim escorrendo o ralo em direção ao fim dela mesma.

Será que é isso mesmo? Tão sem graça?

Reflexões

Tenho me dedicado nos últimos meses aos meus velhos hábitos. Está sendo prazeroso, mas conciliar plastimodelismo com a curiosidade natural de meu filho, que com três anos confunde com brinquedos, é complicado. Mas percebo nele a vontade de praticar. Vou torcer para ela crescer com ele, mas não pretendo influenciar.

Ando meio conformado com o trabalho, apesar de diariamente me lembrar do episódio das bebidas, acho que nunca vou relevar isso, mas preciso aprender a conviver. Neguinho com 800 anos de educação levada de geração em geração não pode se conformar, é muita coisa pra carregar nas costas. E meu jeito de querer resolver os assuntos indo direto ao ponto, sem rodeios, às vezes é visto com maus olhos por alguns colegas. Parece que é heresia eu não querer cultivar os floreios e tapinhas nas costas e conversas-moles que são tão apreciados da minha esfera para baixo.

Na complicada vida a dois, cheguei a pensar em me separar da patroa tamanha a  incompatibilidade com o jeito dela levar as coisas. Mas é maior ainda o desejo que eu tenho de ver meus filhos diariamente, então é melhor eu engolir o choro e ficar quieto.

Já nos mudamos para o novo apartamento, que deu muito trabalho pra reconstruir do zero. Nos meses iniciais dava a impressão que era muito grande (110 m² contra 65 m² do antigo) e que seria eterno. Mas fazendo um estudo descobri que a real necessidade da família é no mínimo 160 m². Ou seja, isso mesmo, estamos procurando outro para comprar, talvez em 2010 ainda ou 2011. Mas sempre na mesma região, que o pessoal de casa curtiu. O ruim disso é que fatalmente vou de novo destruir um apartamento para reconstruir do jeito que eu quero, elétrica, áudio, iluminação, cozinha e banheiro planejados….

Mas talvez seja esse o sentido da vida, nos mantermos ocupados para não pensar besteira. Ou no meu caso para não ter tempo de remoer as decisões erradas da vida.

Ou seja,a fase é mais ou menos “deixe as melancias se acomodarem na carroça”.

Desistência

Neblina no Vale da Morte

Ando meio desesperançoso. Sei pouco do que me conduz a esse sentimento, ou nem sei, são suposições. Mas, fato posto, ando meio desesperançoso.

Faço cada vez mais reflexões acerca de mim mesmo, o que sou, em que estou me transformando, ou o que há no fim do caminho para o qual me direciono. Nesse caminho, uma coisa é certa: cansei de tentar entender o ser humano, em sua grande maioria esse indivíduo não merece mais tentativas de explicação.

Será que é isso? Abandonar cada vez mais pessoas ao meu redor? Mergulhar definitivamente no meu mundo particular, cheio de tipos saídos de filmes do Burton, ou do Leone, ou então do Terry Gillian? Ou então saídos de livros do Júlio Verne, do Alexandre Dumas, do Woody Allen?

Também ando em um momento em que não quero perder tempo com coisas pequenas, quero saber mais, quero saber onde tem mais, aqui é muito pouco. Culpa do Sagan, da semente de curiosidade que ele me colocou na mente.

Por outro lado, pareço ter voltado definitivamente ao convívio dos pouquíssimos amigos de uma vida inteira, aqueles com os quais aprendi a falar, escrever, aqueles que foram parte da minha própria construção. Levei quase trinta anos para me sentir à vontade, sou assim mesmo, lento. São esses os amigos verdadeiros, aqueles que respeitam a minha opinião de verdade, mesmo que seja antagônica à deles. Voltei à amizade pura, sem cobranças, segundas intenções, sem a eleição de sacos de pancada psicológicos. Eles não me fazem sentir melhor ou pior, e sim igual a eles.

Essa mistura de percepções e sentimentos me leva a lugares inóspitos de minha própria imaginação.

Discussão religiosa?

galileu6Sim, entendo que existem coisas piores que uma discussão sobre futebol. Uma delas é a discussão religiosa, ou a discussão sobre pontos de vista acerca da religião.

Percebo,  muitos creio que percebem há anos, que no tratar de opiniões sobre a religião, há um inconteste desrespeito às opiniões que não são favoráveis a igreja e todo o sentido dela na humanidade.

Há tempos eu não acredito mais em santidades nem em pessoas que caminham em cima da água ou que multiplicam peixes. Se um dia acreditei, foi em função de certos aspectos da educação que recebi ao longo da infância. “Não minta, não roube, papai do céu castiga”. Papai do céu, esse é um dos nomes da criação do próprio homem, com o objetivo único de intimidar e controlar os demais de sua espécie.

Vejo hoje em dia que os argumentos utilizados para a existência de um ser divino são fracos. A explicação para uma criança que sofre? Ela está pagando nessa vida o que fez em outra. Ora pois, qual é a vantagem de pagar por algo que (se é que houve) se fez mas não se lembra? Se Deus existe, como ele permite que alguém sofra? “Está passando por uma provação”, dizem. Acho isso uma bobagem.

Não duvido que Jesus tenha existido, duvido é do caráter de santidade que lhe é conferido. Acredito que ele tenha existido como pessoa comum, como existiu Ghandi, uma pessoa que tenha tentado cativar outras em prol de algum objetivo, mas usando palavras. Acho a igreja um negócio, um negócio rentável para alguns poucos. Nada mais que isso.

Mas é claro, milhares de anos de lavagem cerebral e mesmo hoje as opiniões neste sentido são rechaçadas. O ser humano precisa de algo para acreditar, dizem os colegas na faculdade. Mas se o ser humano precisa mesmo de algo a acreditar, que tal acreditar na bondade, no respeito à todo tipo de opinião, na honestidade, no trabalho e no cumprimento às leis? Mais fácil acreditar no além. Lamentável.

Maconha

maconha

Essa eu até comento. Na página de adminstração do blog, é normal ver uma lista de expressões relativas as pesquisas dos internautas e que caem aqui no blog. Já teve de tudo mas uma apareceu hoje que achei muito pitoresca.

“Baura – Porto Alegre”

Não sei se isso é uma gíria local aqui, mas na minha cidade (Porto Alegre), chamamos de baura a maconha. Sei disso do tempo de escola técnica. Nunca fumei essa merda, e isso não estou escrevendo com sentido de falsa moral, por que cada um faz da sua vida o que bem entende e eu não tenho direito, nem capacidade e muito menos intenção de julgar ninguém.

Enfim, nunca fiz apologia às drogas aqui, não sou contra nem a favor, não sou nem nunca fui usuário então não teria sentido criticar nem defender.

Só achei curioso, como uma pessoa pesquisa por maconha na internet e vem cair aqui? Bom, com o título do post, provavelmente vão cair mais. Agora pelo menos tem motivo.

GRE -NAL – Clássico é clássico e vice-versa

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(“This is the last time”, caraca de mulher que não sai da minha cabeça) – Eu tenho a mania de dizer que a estupidez humana não é para principiantes. Não devia banalizar as coisas, eu acho errado condenar preconceituosamente a maioria por coisas protagonizadas por um ou outro babaca. Mas às vezes a impressão que eu tenho é que realmente o mundo vai ser dominado pelos idiotas.

Abandonei o futebol faz uns anos, uns dois acho. Desisti depois de constatar que os dirigentes do clube para o qual eu torcia comandavam o clube mais por vaidade e para marcar território. Era e ainda é, uma questão de glamour, de holofotes e afirmação social. Se der tempo eles pensam no time. Some-se isso ao fato de que o futebol no meu caso, só me causou despesas. Pensei: Por quê não gastar dinheiro em outras coisas mais prazerosas e significativas? Por algo que acrescente de fato algum valor? Tratei de ir me ocupar de outros assuntos. Mas parece que enquanto alguns olham de uma maneira mais pacata para essa questão do futebol, outros querem brigar, bater e morrer por isto.

Dia quatro de março eu tinha aula, esse semestre por umas questões delicadas não tenho aulas todos os dias, mas as quartas feiras são dias de aula na faculdade. Nessa em questão tinha jogo do Internacional (eu torcia para o Grêmio) em um dos campeonatos nacionais. Estava eu em aula e perto do intervalo um colega torcedor do Internacional me questionou se eu sabia como estava o placar. Respondi que não, mas percebi um ar de ansiedade nele, fiquei com pena do cara, e já que tinha me feito uns dois ou três bons favores semestre passado, optei por tentar ajudá-lo. Pensei: “Vou ligar para o setor de Operação lá do serviço”. Na operação são monitorados todos os sistemas da minha empresa, vinte e quatro horas por dia. O pessoal tem acesso direto a Internet, então se não houver quem esteja acompanhando a partida, pode pesquisar rapidamente e ter o resultado. Fiz a ligação e ela caiu em um colega de serviço que vou aqui chamar de “fundamentalista”. Disse boa noite, me identifiquei e perguntei se tudo estava bem. Logo perguntei também se ele poderia me responder o placar. Esse cara é conhecido na minha empresa por ter verdadeira obsessão pelo Internacional. Ele comentou “tu está ligando para me aborrecer e atucanar”. Respondi que estava tentando prestar uma gentileza a um colega de aula e que ele não precisava se aborrecer era só responder que eu desligaria. O cara se recusou e foi um bocado ríspido. Bom, eu comentei algo que não lembro e desliguei. Disse para meu colega de aula que não tinha conseguido.

Um dia depois, na quinta feira, estou eu online por volta das 23:30 quando esse meu colega de serviço me contata pelo Messenger com algo nesse teor: “Sem vergonha secador, agora eu te digo quanto foi o jogo, meu time ganhou, não adiantou tu me incomodar”. Eu comentei, “Fundamentalista, hoje não precisa mais, precisava saber ontem, era para o meu colega de aula”. Fundamentalista continuou: “Quer que eu acredite?” Eu ainda tentei argumentar que era inacreditável uma pessoa colocar um relacionamento cordial por água abaixo em função de uma coisa tão sem valor quanto discussão por futebol. Fundamentalista ainda argumentou: “Não interessa, paciência. Meu time é mais importante”. E ele estava brabo, isso em si não me preocupou. Tentei entender o cara, mas simplesmente bloqueei o Messenger dele e depois deletei.

Nunca mais quero contato.

Esse tipo de ser humano é o responsável por brigas em estádios. Em algumas vezes tragédias. Será que futebol vale tanto amor assim? Ou será que é um misto de amor com paixão imbecilizante? Meu colega de serviço foi imbecilizado pelo futebol, quer dizer, se deixou imbecilizar. Sorte que eu só preciso de contato profissional com ele.

Que venha 2009, aqui prá você ó, 2008!

Acabou. Ou melhor, começou. 2008 não foi um ano comum, foi difícil para caramba. Bom, foda-se 2008. Vem 2009 e nem bem tenho sossego e já vem um monte de demandas. Filhos querem mais atenção, esposa quer mais atenção, o chefe quer mais atenção. Será que todo mundo não vê que eu tenho limites? Engordei 10 quilos, bom foda-se a balança, a farmácia, os remédios e o governo Bush. Tenho uns projetos pessoais esse ano, vou fazer um podcast naquela merda de domínio que eu não cuidei direito esse ano.

De positivo esse ano comprei meu apartamento, passei sete longos meses colocando ele abaixo e fiz tudo de novo como eu achei melhor. A patroa surtou porque ela não escolheu os azulejos do banheiro. Fodam-se os azulejos do banheiro. Se ela escolhesse ia ser uma coisa que ia ser chamativa, cara e inútil. Os azulejos do banheiro fizeram eu ter um conceito definitivo da patroa.

Depressão…

Nenhum médico dignostica com cem por cento de certeza e não foram poucos os procurados. Uns chamam de transtorno bipolar afetivo, outros de depressão… Seja lá o que for começou de novo sexta feira, amenizou no sábado de tarde, domingo foi péssimo e hoje simplesmente parece que ainda não acordei. Simplesmente estou olhando ao meu redor aqui no andar e não sei como fui parar aqui. Todas as pessoas que faz sete anos que eu conheço e que viram eu evoluir no serviço, parece que não as conheço. Não sei exatamente o que devo fazer aqui no serviço, aparentemente estou perdido. Estou com uma sensação horrível de depressão, mal estar generalizado e nenhuma vontade de fazer nada. Tenho momentos em que sei que devo ir pra faculdade, mas ao mesmo tempo não lembro o que me chama tanto a atenção lá. É como saber que tem um tesouro, mas não sei se quero procurar pelo mapa. Eu estou meio tonto e com muito sono, e nesse momento acho que o sono vai resolver meus problemas. Me deparei no espelho com um cara envelhecido, gordo e careca. Que não respira direito.  Eu estou escrevendo por mágica e por necessidade, pois preciso ler isso quando a fase eufórica chegar e então entender o que estava passando.