Uma década de fantasias – Quem paga a conta?

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Terça-feira última, dia 17 de fevereiro, o Terra Magazine (sim, às vezes tem algo que presta lá, mesmo que atrapalhe as manchetes do carnaval na Bahia), publicou um artigo do Paul Krugman, que entre outras coisas é um economista bem conceituado, dá aulas na Universidade de Princeton e escreve uma coluna de economia no New York Times.

Detalhe: o cara é o atual Prêmio Nobel de Economia. Ele começa o texto com uma metáfora, para que possa ilustrar de maneira bem simples o que está ocorrendo com a economia nos EUA. Isso não deveria me fazer investir tempo aqui no blog para comentar, mas além de ser tão bem explicado, dá a clara noção para qualquer um que ler, que o mundo todo está pagando parte da conta gerada pela irresponsabilidade intrínseca do “lifestile” Norte-Americano.

Sei que pode parecer uma espécie de segregação da minha parte usar esse espaço para incutir algum incauto leitor a pensar que os Norte-americanos são uma praga, mas não é.

Não se trata de uma simples crítica despretensiosa do conceito “Family Coke and Big Mac”, do conceito de gasolina barata venha de onde vier, de motores V8 para todos e sim o começo de uma constatação que me perturba. Esse pessoal vai destruir o mundo. Não basta ser o maior poluidor do planeta, o patrulheiro de pesquisas nucleares alheias (eles podem os outros não), o maior detentor de armas (só eles podem também). Nem mesmo as pesquisas da Nasa que eram tão bem orientadas pelo Carl Sagan (só não está se revirando no túmulo porque se há vida após a morte ele está usando-a para conhecer outros povos em outros planetas), parecem escapar da sanha destruidora Norte-Americana. Eles querem explodir um foguete contra a lua para ver se tem água lá!

Mas não bastasse todos esses absurdos, os maiores culpados pela maior encrenca econômica mundial são eles também. A irresponsabilidade, os financiamentos gigantescos imobiliários acreditando no que a mídia de direita (sim lembra algo não é?) martelava diariamente, que a economia crescia, fez esse tremendo estrago.

Costumo dizer em rodas de amigos que o mundo fez girar a roda da economia mais rápido do que seu eixo agüentava. É simples detectar isso. Basta eu perceber a quantidade de empresas com as quais a minha empresa se relaciona (somos uma empresa de tecnologia), a briga quase selvagem para nos empurrar equipamentos que cada vez mais rápido perdem seu poder de processamento, a quantidade de conceitos novos que temos que aprender para esquecermos cada vez em menor tempo, a quantidade de siglas para novas boas práticas de gestão, tudo isso é feito para girar a roda da economia global de maneira mais veloz a cada dia, mas então um dia isso iria dar problema. E vejo que em todos os principais problemas globais, sempre existe o Norte-Americano inserido no contexto.

Por que razão é investido tanto dinheiro na indústria da Guerra e tão pouco em pesquisa científica que beneficie a humanidade? Porque isso gira a insana roda Norte-Americana da economia, gera poder de intimidação. Eles acham realmente que o planeta é deles. Os ingleses deviam torturarem-se uns aos outros por terem pisado na América do Norte.

E o resultado dessa enorme complicação, que paga? Pagamos eu, você leitor, e todos os demais seres que vivem na Terra.

Um comentário sobre “Uma década de fantasias – Quem paga a conta?

  1. Isso é o que dá quando “aborrescentes” irresponsáveis tem brinquedos caros e poderosos. E, enquanto isso, existem “aborrescentes” irresponsáveis com brinquedos baratos que desejam ter brinquedos caros também. Ou seja, mudam os personagens, mas não muda a história…

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